Campo Grande - MS, aproximadamente 15:00h do dia 23 de julho de 2009

O caderno no qual eu estava escrevendo os acontecimentos sumiu, então por enquanto, escreverei nesse rolo de papel higiênico mesmo... não entendo isso, mas não consigo pensar no fato de não registrar estes acontecimentos de alguma forma.. apesar de estar tremendo ainda, estou fazendo o máximo para continuar..

.. Quando contei à minha mãe sobre a transmissão no rádio, um sorriso de esperança surgiu em seu rosto.. imediatamente começamos a juntar as coisas e guardar em algumas caixas que estavam amontoadas numa prateleira.. organizamos uma boa quantidade de mantimentos também e fui em direção a porta..

..Agachado e caminhando silenciosamente, fui me aproximando como um felino se preparando para o ataque final, mas no caso, ataque era a última coisa que eu queria naquele momento.. cheguei pela lateral da porta de vidro, e com aquele espelho antes usado, comecei a verificar o lado de fora.. O carro continuava intacto e aparentemente sozinho.. olhei o máximo possível e não via uma alma viva, ou morta...

Com um certo receio, coloquei a cabeça no vidro para olhar melhor e realmente, não via nada aparentemente perigoso. Conclui que era agora ou nunca e abri a porta.. nesse momento, todos os meus sentidos estavam em alerta e a vontade de cravar um facão no peito de quem quer que estivesse ameaçando a vida da minha família, me veio a tona. Nada... ninguém... apenas um vento leve soprava e o mais absoluto silêncio reinava naquele posto.

fui até o carro e desativei o alarme, pra que?! Por que diabos eu tinha ativado o alarme antes? No momento em que o carro fez o seu *bip* *Bi* e as portas foram destravadas, ouvi um grunhido alto vindo de dentro de uma casa em frente ao posto, e logo em seguida, uma pessoa apareceu na porta da mesma.. mas não era uma pessoa comum e logo começou a ficar doida, tentando quebrar o vidro da porta que a mantinha presa ali.. chamei minha mãe gritando, sem ao menos pensar e ajudei ela a levar as coisas correndo para dentro do carro..entramos todos e dei partida.. por causa do desespero, nem percebi que o câmbio engatava a primeira marcha, então o carro deu um pulo e morreu..minha mãe começou a gritar para que eu ligasse logo, pois a criatura havia acabado de quebrar o vidro da porta e estava passando por ela..incrível como, apesar de estar se cortando toda, aquela besta só devia estar pensando(?!) em uma coisa, nos matar... Liguei o carro e sai o mais rápido que poude..

A criatura, que nessa hora já havia passado do portão, começou a correr atrás de nós.. e parecia muito determinada.. porém, algo me veio a cabeça e sem pensar, fiz o que jamais pensaria em fazer, coloquei a vida de todos em perigo.. freiei o veículo e engatei a ré.. pedi que se segurassem e comecei a avançar na direção do meu alvo..

Foi um impacto estranho.. atropelar alguém, ainda mais com o veículo em ré, não é como a gente imagina vendo na tv.. Você sente a batida, mas não apenas no aspecto físico, mas também no psicológico.. sua mente reproduz cada instante do corpo sendo lançado e na mesma hora, vêm a cabeça a lembrança de que aquele é, ou era, um ser humano..

Vi que a criatura se encontrava um tanto desorientada depois da queda e acelerei com toda velocidade..

Droga.. o rolo do papel acabou.. terei que encontrar outro...

Luiz Paulo M. de Souza

1 comentários:

  Carlos Augusto

4 de agosto de 2009 às 16:17

LP, cuidado pra não perder o papel higiênico também, cara, nem deixa molhar...
Tomara que ninguém precise ir ao banheiro hehehe

Vc tem jeito pra coisa, hein?!

Já tem novidades? Eu ainda tô pensando. Alguei Resident Evil e Madrugada dos Mortos pra ter ideias.

Abraço!

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