..Logo após deixar a criatura desorientada no meio da rua, fui seguindo com o carro em direção à avenida Bandeirantes e ao chegar lá, haviam mais deles. A príncipio eles se encontravam parados na rua, como se olhassem o vácuo, até avistarem meu carro chegando..
O primeiro a me avistar foi uma mulher, que aparentava pesar uns oitenta quilos para mais, porém, quando viu um possível alvo, no caso eu e minha família, correu desembestada em nossa direção, atraindo a atenção dos outros três ao redor..
Mal me deu tempo de soltar um "puta merda" e as criaturas já haviam se jogado no capô do carro, soltando seus grunhidos tenebrosos e batendo com as mãos no parabrisas.. Eu não sabia se sentia medo ou raiva, mas fui capaz de freiar o veículo na mesma hora, arremessando os infelizes uns seis metros à frente.. Engatei a primeira marcha novamente e partir pela direita, contra-mão da avenida..
..Antes de chegar ao trevo, imaginei que pudesse ser mais sensato ir cortando por dentro do bairro até próximo ao ginásio, porém me toquei que a avenida, por ser mais larga, me proporcionaria vantagem na locomoção e segui adiante pela a mesma..
Quase chegando ao ginásio do Guanandizão, dava pra avistar uma figura em cima do grande telhado.. de repente uma questão me veio: "Como foi que aquele doido subiu lá??" O telhado é grande e redondo.. aparentemente pelo lado de fora não é possível avistar uma forma plausível de se subir.. mas enfim, ao nos aproximar ele olhou em nossa direção e começou a acenar frenéticamente apontando um dos portões..
.. Não havia sinal de alguma daquelas criaturas por perto e o portão estava trancado, até um indivíduo aparecer e o abrir, fechando logo em seguida que entramos.. Saí do carro e me apresentei para o rapaz, seu nome era Francisco, um rapaz de aproximadamente minha altura e aparentando ter entre trinta ou trinta e cinco anos.. Antes de pegar todas as coisas do carro, achei melhor entrar no ginásio para conhecer o resto dos sobreviventes.. Haviam no total sete pessoas no meio de uma quadra (mais o rapaz no telhado e o que abriu o portão), sentados em circulo, como se estivessem executando uma reunião de última hora..
...Continua...
Luiz Paulo M. de Souza
Campo Grande - MS, aproximadamente 16:15h do dia 23 de julho de 2009
quinta-feira, 13 de agosto de 2009 {1 comentários}
Campo Grande - MS, 23:18h do dia 9 de agosto de 2009
domingo, 9 de agosto de 2009 {0 comentários}
A situação encontra-se desesperadora, a comida ameaça acabar e uma nova (e arriscada) ida ao mercado torna-se necessária, esperamos ansiosamente que nasçam as plantas que começamos a cultivar no espaço de terra que dispomos, plantamos abobrinha, quiabo, tomate, pepino, mandioca, cenoura e couve, nossa sorte é que a casa ocupa somente um dos dois terrenos murados, e que há uma imensa mangueira carregada de flores, que dentro de poucas semanas começará a produzir frutos.
As plantas começaram a aparecer e a duas das nossas coelhas estao prenhas, logo teremos carne também. Meu tio insistentemente fala de irem novamente até o mercado ver se ainda resta alguns mantimentos, penso que seria uma empreitada suicida, já que as chances de terem sobreviventes ou uma horda de zumbis ocupando o local é enorme.
Durante esses dias, um desses monstros quase conseguiu entrar em casa, ele parecia ser um pouco mais inteligente do que esses idiotas q ficam rondando as casas e correndo logo que avistam algo ou aguém se mexendo, os telefones ficaram mudos a alguns dias, não tenho mais comunicação com meu namorado em Goiânia e isso me deixa apreensiva, será que ele estava trabalhando logo que começaram os ataques? Ele é farmacêutico num posto de saúde, as chances de estar infectado são enormes, e o meu medo era de que ele pegasse a gripe H1N1.
Durante a noite, ouvimos, vez ou outra, um portão sendo arrombado e gritos, sempre que isso ocorre, um suor gelado toma conta de todos, as crianças parecem perceber que a rotina delas mudou, talvez para sempre. O único barulho quase que constante vem dos gemidos horripilantes desses seres, mas a rua não parece tomada por esses monstros, eles parecem rumar para o centro da cidade e nós esperamos a hora certa de tentar escapar desse inferno.
Enquanto isso, nos apegamos as orações e preces, pedindo proteção a todos os que amamos, mesmo sabendo que a maioria pode estar na situação dos nossos "amigos" canibais.
Alinny Karen Bachi Rehbein